quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“Tarantino não merece a nossa odisseia”

No silêncio calado do fim da saga, os personagens da vida real, Pablo e Thaiss, viam a jornada chegar ao ocaso – de um dia que não viu a luz do Sol.
E o silêncio calado foi então interrompido por um comentário carregado de sentido, pelo menos para quem o proferiu intrépido:
- “Thaiss, Tarantino não merece a nossa odisseia!!”
Rimos.
Três horas antes, os personagens audaciosos que desafiaram a tempestade para ver o mais novo feito de Tarantino estavam mergulhados naquela trama cativante. A melodia lhes maravilhava. A sinfonia de quatro línguas diferentes sendo faladas num mesmo filme era um entorpecente viciante. Incontinenti se foram quase três horas sem se o ter percebido. Filme bom é aquele que prende, não até dizer chega, mas a deixar um gostinho de “quero mais”.
Os dois heróis que enfrentaram mares revoltos e tempestades bravias para ver os Bastardos Inglórios em cena, saíram de seu estado estático – mas não do extático – e puseram-se a discutir suas impressões passionais de leigos maravilhados, qual criança quando ganha pirulito.
A conclusão a que chegaram é que as discussões custam findar em torno desse chef-d’œuvre multilíngue. Se jurados, a trilha sonora é 10, o cenário é 10, o roteiro é 10; conjunto e evolução, nota 10. Recomendações, mil.
Da sala escura para o lado de fora, fomos recair em nós e cogitar o quão tenebroso não devia estar o tempo do lado de fora, visto que já no corredor de saída da sala de cinema havia uma poça d’água vazando de algum lugar.
- Imagina como a coisa deve estar lá fora, Pablo!
- Nem quero pensar nisso agora, Thaiss. Frua o deleite da “pós-sessão” por ora e deixe estar.
Fizemos ainda uns minutos de parcimônia até a decisão derradeira de debandar.
Ao sair do shopping, qual não foi a surpresa que o dilúvio estava no seu apogeu. Fomos varridos pela chuva e embargados numa tentativa frustrada de atravessar uma poça da largura do rio Negro. Foi então que Thaiss resolveu recorrer ao “disk deady save us!”.
Foram muitos os percalços. Mas “o importante é que emoções eu vivi”.

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